Às vésperas de o sequestro de Popó Porcino completar um ano,
outro membro da família foi alvo do mesmo crime. O empresário Fabinho
Porcino foi raptado na tarde de ontem enquanto trabalhava na
concessionária de veículos da qual é proprietário, em Mossoró. Homens
armados e com coletes balísticos com inscrições da Polícia Federal
abordaram o empresário e fugiram com ele para um destino ainda não
conhecido. Fabinho Porcino é filho do empresário Fábio Porcino e primo
legítimo de Popó Porcino.
Para tentar investigar o caso, a
Polícia Civil designou a delegada Sheila Freitas, titular da Divisão
Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor).
Foi ela quem desvendou o caso Popó Porcino, encontrando o cativeira,
resgatando a vítima e prendendo os sequestradores. O sequestro de Popó
foi o de maior duração já registrado no Rio Grande do Norte.
Na
noite de ontem, a equipe de reportagem do NOVO JORNAL tentou contato com
Freitas. Por telefone, ela se resumiu a dizer que não podia falar nada.
“Sheila foi designada pela experiência que possui”, disse resumidamente
o delegado-geral Ricardo Sérgio Oliveira. Ele se disse impossibilitado
em repassar informações sobre o caso.
O jovem empresário, que tem
entre 23 e 24 anos de idade, estava no interior da loja “Porcino
Mitsubishi”, localizada na Avenida Lauro Monte no bairro Abolição I. A
avenida fica a poucos metros da rodovia BR-304, que liga Natal a Mossoró
e segue em direção ao estado do Ceará.
O sequestro ocorreu por volta
das 15h, de acordo com informações da Polícia Militar. “Oito homens
chegaram em dois carros à concessionária armados e com coletes da PF.
Rapidamente, renderam a vítima e a levaram em um dos veículos”, explicou
o coronel Alvibar Gomes, comandante do policiamento em Mossoró. O
oficial não revelou quais os modelos e placas dos veículos utilizados
pela quadrilha.
Surpreendidos com a ação, familiares e
funcionários da loja acionaram a polícia, que deu início às buscas pelo
empresário. Na noite de ontem, a Polícia Militar realizou barreiras e a
Polícia Civil deslocou efetivo especializado utilizando o helicóptero da
Secretaria de Segurança do Estado.
Fontes policiais ouvidas pela
reportagem do NOVO JORNAL disseram suspeitar de que a quadrilha seja
oriunda de estados vizinhos, dada a complexidade de um crime como o
sequestro. No entanto, não foi possível alcançar detalhes sobre as
suspeitas em torno do caso. A polícia não confirmou informações iniciais
de que o bando teria ligação com sequestradores de Popó.
Através
de redes sociais, amigos expressaram solidariedade. A última interação
virtual de Fabinho antes do crime ocorreu por volta das 8h da manhã de
ontem. Na rede social “Instagram”, Fabinho publicou uma foto sua com uma
mensagem de otimismo: “Bom dia!!! Ótima semana a todos!!! (sic)”. Após o
sequestro do rapaz, amigos prestaram apoio na mesma rede social.
“Orando
por você. Deus irá iluminar e com certeza irá dar tudo certo”, dizia um
dos comentários da fotografia. “Estamos orando para você sair dessa”,
dizia outro comentário.
No Instagram, a interação de Fabinho era
quase diária. Através da rede, é possível perceber um pouco da sua
rotina. As imagens mostram a dedicação quanto à administração da
concessionária, assim como viagens ao exterior e promoção de eventos.
"Não desejo isso par ninguém"
Na terça-feira da semana passada, o NOVO JORNAL consultou Popó
Porcino sobre a possibilidade de uma entrevista. No dia 17 de junho
próximo completa-se um ano desde que foi vítima de um sequestro, quando a
matéria seria publicada. Os contatos ocorreram, inicialmente, através
do Twitter e depois por email. Popó aceitou comentar o caso pela
primeira vez desde que foi libertado. O posicionamento, no entanto, foi
sucinto.
A reportagem o questionou sobre a alteração na sua
rotina desde a longa permanência no cativeiro. Ele respondeu: “Estou com
mais cuidado. Evito sair de cada para cantos com muitas pessoas, tipo
festas, bares, etc”. Ele acrescentou que não anda mais sozinho. “Ando
acompanhado sim e espero que não se repita com fé em Deus”, comentou.
Segundo
Popó, o caso “serviu de lição”. “Minha vida mudou muito, pois só
trabalho e saio para casa de amigos”. O monitoramento sobre o jovem se
tornou constante depois do sequestro. “Sempre me acompanhando [a
família] e participando dos cantos que frequento”.
Questionado se
temeu pela sua vida, Popó respondeu apenas como um “sim”. No final das
perguntas, falou sobre o trauma sofrido. “Não desejo isso para ninguém”.
O sequestro de Popó ocorreu enquanto ele participava de uma
vaquejada em um parque localizado em Ceará-Mirim, na Região
Metropolitana de Natal. Sobre o local, comentou: “Já tinha ido lá sim e
espero não ir mais”.
Em determinadas perguntas, Popó preferiu não
responder. Questionado sobre o acompanhamento do processo em que os
sequestradores são réus, o jovem disse: “Nada a declarar. Essa parte é
da Justiça”. A reportagem o inquiriu sobre contatos posteriores com a
polícia e em especial com a delegada Sheila Freitas, que encontrou o
cativeiro. “Nada a falar”, afirmou.
Mesmo posicionamento, adotou
quando questionado sobre detalhes da negociação em que seus pais foram
envolvidos. “Não posso falar muito sobre isso”.
Perguntas foram
elaboradas visando detalhar a rotina no cativeiro. A reportagem o
questionou sobre a alimentação, acomodação, tratamento dos
sequestradores e diálogos eventualmente mantidos. Sobre isso, Popó
respondeu resumidamente: “Alimentação normal. Estive os 37 dias com a
corrente. Dormia de rede e a comunicação ocorria à noite sem ver a cara
das pessoas”.
Ao final do email com as respostas, Popó acrescentou: “Espero que sirvam algumas respostas. Prefiro não contar mais coisas”.
Sheyla Freitas é designada para investigar o caso do sequestro
De acordo com matéria publicada pelo repórter Cezar Alves, do portal de DEFATO.COM,
a equipe da delegada Sheyla Freitas, da Divisão Especial de
Investigação e de Combate ao Crime Organizado (Deicor), foi designada
pelo secretário estadual Aldair Rocha para investigar o sequestro do
empresário Fabinho Porcino, filho do empresário mossoroense Fábio
Porcino.
Sheyla Freitas foi quem investigou e
prendeu a quadrilha que sequestrou o primo de Fabinho Porcino, o Popó
Porcino há cerca de 1 ano, perto de Natal. Na época, a delegada
conseguiu estourar o cativeiro, libertar o refém e prender os
sequestradores. O sequestrador que tentou reação terminou morto pelos
policiais do Deicor.
O trabalho do Deicor terá apoio da
Polícia Federal e também da Poíicia Militar. Sheyla e toda a equipe já
embarcaram de Natal na direção de Mossoró, devendo assumir o comando do
trabalho até meia noite.
Elementos encapuzados sequestram filho do empresário Fábio Porcino, em Mossoró
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